A ERA DOS BIO TECIDOS NA MODA

A biologia e seus organismos vivos vem sendo uma fonte inesgotável de pesquisas para tecnologias inovadoras, matérias primas alternativas e referência em processos de design. O grande motivo disso é a busca dos designers por propriedades de materiais e métodos que não sejam nocivos ao meio ambiente e nem as pessoas, e que possam ser...

(Img: Pulp it)

A biologia e seus organismos vivos vem sendo uma fonte inesgotável de pesquisas para tecnologias inovadoras, matérias primas alternativas e referência em processos de design. O grande motivo disso é a busca dos designers por propriedades de materiais e métodos que não sejam nocivos ao meio ambiente e nem as pessoas, e que possam ser aplicados a produtos como das indústrias têxtil e da moda. Os bio tecidos representam uma nova geração de têxteis com potencial de remodelar a indústria além de gerar novos negócios em direção ao design sustentável. Empresas inovadoras chamam a atenção ao transitar dos laboratórios de biologia direto para o guarda-roupa das pessoas. Confira as novidades que já impactam esse cenário:

Provenance Biofabrics

A Provenance está focada em desenvolver o tecido do futuro. Eles estão desenvolvendo a próxima geração de couro sem uso animal, inspirado na natureza, biodegradável e de alta qualidade. Essa nova era de materiais é possível devido aos avanços da biociências. Com o uso de moléculas de colágeno, o principal componente da pele, a Provenance recria o couro através de um processo multinível baseado no que acontece nas peles naturais animais. Vários tipos de peles animais podem ser desenvolvidas com essa tecnologia, como peles de jacarés e crocodilos.

Mango Materials

A lógica é simples, tecidos feitos por bactérias para que possam ser degradados por bactérias. Aos comandos de uma equipe top de empreendedores, inovadores, engenheiros e cientistas, a Mango Materials desenvolveu um biopolímero natural a partir de biogás residual (metano) que compete com os materiais a base de petróleo, ou seja, uma alternativa ao poliéster tão usado na indústria da moda. As fibras de bio poliéster são totalmente biodegradáveis, contribuindo com os ecossistemas e a vida selvagem. O biopolímero da Mango pode ser usado em outros têxteis naturais para o desenvolvimento de um produto verdadeiramente sustentável.

Algiknit

A Biologia e o futuro da moda se encontram na Algiknit que cria materiais a partir dos organismos mais renováveis da terra, como as algas, para produção têxtil. Das algas marinhas as fibras dos tecidos surgiu um material sustentável, fios duráveis, biodegradável, que pode ser tecido, impresso em 3D e até tingido com pigmentos naturais. A pegada da Algiknit é lidar com o fim de vida do produto de forma circular e sustentável.

Bolt Threads

Com base na seda de aranha a Bolt Threads criou a fibra proteica Silk Spider, mais macia que qualquer outro material, feita de leveduras, água e açúcar geneticamente modificados, em um processo semelhante ao usado para criar fibras de celulose, e molecularmente similar a seda de aranha natural. Parcerias com a engajada estilista Stella McCartney e com a empresa Patagonia já nasceram para produzir vestuário com o novo tecido da bioengenharia. Recentemente foi lançado um novo biomaterial feito de raízes de cogumelo e que imita o couro.

Pulp It

Reciclagem “is the new black”! Uma das mais fantásticas criações é o papel vestível feito a partir da polpa da madeira e outros materiais de base biológica como fibras de amido de milho, que pode ser reciclado e compostado. O acabamento do “tecido de papel” é feito com corantes naturais e revestimento a laser, podendo contar com padrões e cores personalizados em cada peça através da produção automatizada. Além disso é a prova de água, flexível e confortável para vestir. Essa poderá ser uma boa alternativa sustentável para fast fashion, desenvolvida para exibição no Victoria & Albert Museum’s com a equipe do Research Institutes of Sweden.

Nano Textile

Uma tecnologia alternativa e sustentável, sem uso de produtos químicos, que faz com que os tecidos sejam antibacterianos, anti odor e repelente a água. Esse acabamento é incorporado diretamente no tecido por um processo chamado cavitação, e pode prevenir disseminação de infecções hospitalares, reduzir a contaminação entre pacientes e equipes médicas além de ajudar a reduzir infecções secundárias.

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O curso de Biofashion é facilitado pelo mestre Breno Abreu, autor do projeto Biostudio, que utiliza microorganismos para desenvolver colorações e estampas em tecidos. Curadoria, Divulgação e Produção Divaholic. Com carga horária total de 5 horas, o curso traz as últimas tendências em design sustentável, pautando questões éticas, novas oportunidades, processos e análise de materiais biológicos para adquirir os conhecimentos necessários e dar os primeiros passos nessa área. Entre os principais tópicos abordados estão: Biodesign, Biomimética e Microbiologia, Conceito e Aplicações de Biodesign com microbiologia para Moda, Teoria de Tingimento e estamparia de tecidos orgânicos utilizando bactérias, Metodologia exploratória separada em laboratórios de cor e superfície, Colorações e estampas de actinobactérias, Implicações estéticas que essa associação entre biologia e design pode criar. Também são ensinados os sistemas de Produção Zero Waste, Produção ética e comércio justo, Slow fashion, Obsolescência percebida, Normcore, Distribuição, uso e descarte, Biocouture – Biologia + Costura. O objetivo é aprender, pesquisar, testar, aperfeiçoar e desenvolver ideias que exploram o papel do biodesign na moda e levam a inovação.


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